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Desafios, competências e qualidade de vida dos profissionais que prestam apoio a vítimas de experiências de trauma e violência em Portugal

Autores, Mariana Gonçalves; Marina Hintze, Mestrado, Centro de Investigação em Psicologia, Escola de Psicologia, Universidade do Minho, Braga, Portugal; Joana Matos, Mestrado, Centro de Investigação em Psicologia, Escola de Psicologia, Universidade do Minho, Braga, Portugal;
Projeto selecionado para a convocatória de apoio à investigação social 2021 (LCF/PR/SR21/52560014)

O presente estudo destina-se a compreender os desafios, competências profissionais e qualidade de vida dos profissionais que trabalham em instituições que prestam apoio a pessoas com experiências de trauma e violência, em Portugal. A amostra é composta por 503 profissionais, maioritariamente mulheres (91%), de diferentes áreas de trabalho (psicossocial, saúde, justiça), que participaram num questionário online. Os participantes prestaram apoio a diferentes tipos de vítima, tendo a maior proporção de participantes referido ter dado apoio a vítimas de violência doméstica contra adultos. Os participantes identificaram múltiplas dificuldades profissionais e obstáculos institucionais no respetivo trabalho (relacionadas, p. ex., com vítimas que não falavam português). Por outro lado, referiram não receber os recursos necessários para desenvolver as suas competências e prestar um apoio individualizado, adequado às necessidades de todas as categorias de vítimas a quem prestaram apoio.
Pontos-chave
  • 1
       A maioria dos participantes declarou ter prestado apoio a vítimas de violência doméstica. A maioria dos participantes declarou ter prestado apoio a vítimas que eram migrantes e/ou pertencentes a uma minoria étnica.
  • 2
       Os participantes declararam ser mais desafiante prestar apoio a vítimas pertencentes a um grupo minoritário em termos de género, orientação sexual, etnia e/ou nacionalidade.
  • 3
       Os participantes identificaram múltiplas dificuldades culturais e linguísticas e obstáculos institucionais na prestação de apoio individualizado às vítimas.
  • 4
       As instituições portuguesas não possuem os recursos necessários para prestar serviços ajustados às necessidades de grupos culturais minoritários e não disponibilizam formação promotora de competências profissionais relacionadas com fatores culturais.
  • 5
       Os cuidados informados pelo trauma são ainda uma realidade emergente nas instituições portuguesas que prestam apoio à vítima.
  • 6
       Os participantes revelaram níveis reduzidos a moderados de stress traumático secundário e burnout e níveis moderados a elevados de satisfação por compaixão.

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