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Competências digitais e igualdade de género: perceções dos professores do 1.º ciclo do ensino básico

Marina Duarte, Centro de Investigação e Intervenção Educativa (CIIE) da Universidade do Porto; Ana Nobre e Ana Mouraz, Laboratório de Educação a Distância e E-Learning (LE@D) da Universidade Aberta;
Concurso destinado a apoiar projetos de investigação sobre tecnologia e sociedade (FP21-1B)

O projeto DIGEQUALGENDER pretendeu aproveitar o impulso que a pandemia do Covid-19 trouxe à digitalização da educação e às práticas pedagógicas e atividades educativas dos professores do 1.º ciclo do ensino básico (CEB) em Portugal continental, para encontrar estratégias e orientações que possam promover a igualdade de género nas Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (CTEM) nos primeiros anos da escolaridade. As 3871 respostas válidas ao questionário disponibilizado, que representam 18% dos professores do 1.º CEB, permitiu constatar que estes se percecionam como digitalmente competentes para desenvolver o essencial das suas tarefas de ensinar. A maioria já experimentou realizar um conjunto diversificado de práticas pedagógicas e de atividades por recurso ao digital. Todavia, quase todos afirmam não encontrar diferenças entre os usos que os meninos e as meninas fazem do digital, o que faz com que também não ajam de modo a promover diferenciadamente as competências digitais entre as meninas.
Pontos-chave
  • 1
       89% dos professores do 1.º CEB perceciona-se como digitalmente competente para ensinar, mas 17% destes não usam as suas competências para fazer aprender em contextos e com recursos diferenciados.
  • 2
       54% dos professores do 1.º CEB já experimentou realizar um conjunto diversificado de práticas pedagógicas por recurso ao digital. As mais usadas e mais eficazes são as que se associam ao princípio de diferenciação e de inclusão. As práticas avaliativas são as menos utilizadas e menos eficazes.
  • 3
       A competência digital de 67% dos professores do 1.º CEB permite-lhes promover atividades que recorrem a ferramentas básicas digitais.
  • 4
       94% dos professores do 1.º CEB declararam não notar diferenças no modo como os meninos e as meninas executam as atividades que usam recursos digitais.
  • 5
       Os 143 professores do 1.º CEB que notaram diferenças entre os meninos e as meninas, no uso que estes fazem das suas competências digitais, recorrem mais frequentemente às atividades que favorecem os meninos.

Há uma diferença clara entre as competências digitais que os professores reconhecem ter e que mobilizam para trabalhar diferenciadamente com os seus alunos e alunas e a menor utilização que delas fazem para trabalhar de modo distinto com os meninos e as meninas.

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