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A cibersegurança no 1.º e no 2.º ciclo do ensino básico em Portugal: opiniões de professores e encarregados de educação

Ana Ferreira, Departamento Medicina da Comunidade, Informação e Decisão em Saúde (MEDCIDS), Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP);
Projeto selecionado no concurso para apoiar projetos de investigação sobre educação e sociedade (FP22_2B)

A privacidade é um direito humano fundamental. No entanto, ciberataques como o roubo de identidade, a fraude, a desinformação e manipulação e, para grupos mais jovens, o ciberbullying ou predadores online, constituem apenas alguns exemplos do perigo a que todos nós — e a nossa privacidade — estamos sujeitos a todo o momento. Competências e conhecimentos na área da cibersegurança são essenciais para que todos os cidadãos possam identificar problemas, assim como responsabilizar-se e proteger-se dos riscos associados à interação com as tecnologias digitais. Isto é ainda mais essencial, porque não existem profissionais ou competências suficientes para garantirem a nossa proteção.

O projeto «YUCA» (Young Cyber-Aware to build a resilient cybersecure society) identificou a situação atual do ensino da cibersegurança em Portugal nas camadas mais jovens do setor público — o 1.º e o 2.º ciclo do ensino básico (CEB) — com o intuito de definir uma estratégia mais concertada para a integração destes conteúdos no currículo educativo. Do inquérito online realizado no primeiro trimestre de 2023, obteve-se 1.348 respostas válidas de docentes do 1.º e do 2.º CEB e 560 respostas válidas de encarregados de educação de educandos a frequentar estes mesmos ciclos de ensino.

Segundo os inquiridos neste estudo, a integração de conteúdos de cibersegurança nos currículos do 1.º e do 2.º CEB em Portugal é consensual entre docentes e encarregados de educação, podendo vir a ter bastante impacto na educação e preparação dos jovens para um futuro mais ciberseguro. As escolas permitem uma educação mais focada, de forma igualitária e inclusiva para os jovens das mesmas faixas etárias. Isto vai também potenciar o interesse e conhecimento da sociedade portuguesa nesta área, promovendo assim a criação de uma comunidade especializada com competências de ciberprevenção e ciberdefesa.
Pontos-chave
  • 1
       A opinião de 82% dos docentes e 90% dos encarregados de educação é que se deve incluir o ensino da cibersegurança nos currículos do 1.º e do 2.º CEB.
  • 2
       Não existe uma abordagem sistematizada e regular sobre o tema da cibersegurança nas escolas públicas do ensino básico português.
  • 3
       Os docentes (71%) e os encarregados de educação (81%) afirmam abordar conteúdos de cibersegurança com os seus alunos e educandos, respetivamente, isto quando apenas 38% dos docentes e 13% dos encarregados de educação indicam ter alguma formação nessa área.
  • 4
       Apesar do phishing ser hoje um dos ciberataques mais frequentes, ambos docentes e encarregados de educação indicam que se deve apostar mais em formação sobre conteúdos relacionados com o ciberbullying (docentes: 71%; encarregados de educação: 81%) e riscos nas redes sociais (docentes: 71%; encarregados de educação: 81%).
  • 5
       Quanto ao formato que deve ser utilizado para a formação em cibersegurança, os docentes preferem jogos online (50%) ou workshops (55%), enquanto os encarregados de educação elegem a exposição em sala de aula (70%) e também workshops (54%) como os tipos de formação preferidos.
  • 6
       Para 98% dos docentes e 82% dos encarregados de educação, é importante que a população em geral tenha formação na área da cibersegurança e proteção de dados.

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