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A pandemia e o mercado de trabalho: o que sabemos um ano depois
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1Entre o segundo trimestre de 2020 e o primeiro trimestre de 2021, o número médio de horas semanais trabalhadas diminuiu mais de 40 minutos para as famílias com salários mais baixos e aumentou quase 1 hora para as famílias com salários mais altos.
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2O número de pessoas na lista de candidatos a emprego aumentou 28% entre fevereiro e dezembro de 2020, principalmente pelo aumento de 30% nas inscrições de indivíduos com ensino secundário. Este aumento foi mais pronunciado (e persistente) na região do Algarve.
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3A transição do emprego para o desemprego ou inatividade aumentou entre 2019 e 2020. Entre os segundos trimestres de 2019 e 2020, foi pelo menos três vezes mais frequente do que entre 2018 e 2019.
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4O salário médio aumentou de 929 euros para 982 euros entre os primeiros trimestres de 2020 e 2021. No mesmo período, o número de contratos temporários diminuiu. Isto sugere que a destruição de emprego estava concentrada em empregos precários e com salários mais baixos.
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5No primeiro trimestre de 2021, mais de 30% dos trabalhadores com ensino superior trabalharam à distância, em comparação com 11% e 2% de trabalhadores com ensino secundário e básico ou menos, respetivamente.
Na sequência da crise causada pela pandemia de covid-19, vários estudos quantificaram os impactos desiguais da pandemia no mercado de trabalho, sobre os trabalhadores temporários em todo o mundo. O impacto da pandemia no mercado de trabalho em Portugal é altamente heterogéneo entre os grupos populacionais. As restrições de mobilidade induziram uma mudança para o teletrabalho, que só foi possível em certas ocupações. A prevalência do trabalho à distância é maior para os indivíduos com ensino superior. No primeiro trimestre de 2021, estes indivíduos tinham três vezes mais probabilidades de trabalhar à distância do que indivíduos com ensino secundário e 21 vezes mais probabilidades que aqueles com ensino básico.