Artigo
Pandemia de Covid-19 e educação em creche em Portugal: medidas de prevenção e controlo, práticas pedagógicas e bem-estar
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1As medidas de prevenção e controlo da Covid-19 foram amplamente implementadas em centros de educação e cuidados para crianças dos 0 aos 3 anos. A maior parte dos/as educadores/as de infância relatou que utilizavam sempre equipamento de proteção individual (96%), que as crianças que frequentavam as suas salas utilizavam brinquedos/materiais exclusivamente fornecidos pelos próprios centros (83%), e que o seu centro restringia o acesso dos pais (81%).
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2Os/as educadores/as de infância que relataram a implementação mais frequente das MPC foram mais propensos/as a afirmar que tinham reforçado as suas práticas pedagógicas no que se referia à interação adulto-criança, clima emocional e interação com as famílias, durante a pandemia.
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3Os/as educadores/as de infância relataram indicadores positivos de bem-estar das crianças nas suas salas. Os/as educadores/as que afirmaram ter reforçado as suas práticas pedagógicas (interação adulto-criança e clima emocional) tenderam a perceber níveis mais elevados de bem-estar das crianças. Contudo, 29% dos/as educadores/as consideraram que a pandemia poderá ter contribuído para uma diminuição do bem-estar das crianças na creche.
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4Os/as educadores/as que relataram a implementação de MPC com mais frequência foram mais propensos/as a afirmar níveis positivos de bem-estar subjetivo. Apesar disto, quase 14% dos/as educadores/as relataram um nível baixo de bem-estar.
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5Os/as educadores/as de infância com uma literacia em saúde digital adequada relataram implementar MPC com mais frequência.
A utilização de equipamento de proteção individual foi a medida de proteção e controlo mais reportada (96% dos/as educadores/as reportaram implementar “sempre” esta medida). Foram também relatadas como frequentemente implementadas outras MPC emitidas para aplicação nas creches pelo Ministério da Saúde, nomeadamente o distanciamento social, a desinfeção de superfícies e a ventilação. A redução do número de crianças por sala foi a MPC menos relatada (nunca implementada em 57% dos casos).