Publicador de Conteúdo

Boas Práticas

O programa Challenge-Driven Innovation

O Challenge-Driven Innovation é um programa de financiamento de investigação e inovação, pioneiro na Europa devido à sua abordagem multidisciplinar, intersetorial e orientada para os desafios, que serviu de modelo e inspiração a iniciativas posteriores lançadas por outros organismos financiadores e pela própria União Europeia.

 

Dados básicos
 

  • Âmbito geográfico: Suécia.
     
  • Fontes: 

Vinnova

BREITINGER, J. C. et al. (2021): Good practices in mission-oriented innovation strategies and their implementation. Innovation for Transformation - Fostering Innovation to Address Societal Challenges. Results Paper 1. Results Paper 1. Bertelsmann Stiftung, 2021. 

1. Contexto

É essencial que exista uma estratégia política ambiciosa e transversal em matéria da investigação e inovação para impulsionar uma mudança orientada para o futuro. A inovação surge da criatividade, do diálogo e da diversidade de perspetivas. Assim, são necessários instrumentos de financiamento que ajudem a mobilizar novos intervenientes e a estabelecer colaborações interdisciplinares duradouras, melhorando a capacidade de enfrentar os desafios sociais da Agenda 2030.

2. Debate

O Challenge-Driven Innovation é um programa de financiamento de investigação e inovação desenvolvido pela agência sueca de inovação, Vinnova, para financiar projetos colaborativos de longo prazo dedicados a resolver desafios sociais. 

Para que um projeto possa ser financiado, deve cumprir determinados requisitos, tais como responder aos desafios sociais com uma perspetiva sistémica, ser inovador e basear-se nas necessidades, ser capaz de gerar um crescimento sustentável e benefícios sociais que contribuam para alcançar os objetivos de sustentabilidade da Agenda 2030, e integrar a perspetiva de género. Os consórcios de projetos devem adotar uma abordagem centrada na resolução de problemas que integre diferentes setores e disciplinas. O projeto deve fundar-se na colaboração ativa entre vários tipos de agentes e envolver as organizações necessárias para ser bem-sucedido. Entre estas, cabe mencionar as do setor académico, as da indústria e as do setor público, assim como os utilizadores finais, que são o objetivo primordial do programa. Os avaliadores também têm em consideração outras questões, como a paridade de género nos consórcios.

O programa consiste num processo com três fases. Os projetos são rigorosamente avaliados entre cada etapa, e para cada fase posterior é selecionado um número decrescente de projetos para receber financiamento. Na primeira fase, o financiamento é concedido para o início e desenvolvimento da ideia inovadora e para o planeamento da forma como será desenvolvida e usada. Depois da avaliação, os consórcios selecionados recebem financiamento para uma segunda fase para apoiar a colaboração. Os participantes começam a desenvolver e a testar as soluções inovadoras.

Finalmente, alguns projetos são selecionados para uma terceira fase final que apoia a implementação, testes à escala real em ambientes reais e demonstrações. Este modelo de financiamento em três fases tem diversas vantagens: oferece a oportunidade de garantir financiamento a um maior número de projetos (na primeira fase) para desenvolverem as suas ideias, e torna mais fácil trazer para as colaborações novos intervenientes que não tenham sido alcançados anteriormente. Podem ser assumidos muitos mais riscos na primeira fase, e à medida que os projetos progridem para as fases seguintes podem ser mais desenvolvidos e podem concentrarem-se numa qualidade mais elevada. 

O programa foi lançado em 2011, tendo um processo de avaliação contínua contribuído para o seu aperfeiçoamento e desenvolvimento. Os bons resultados produzidos ao longo do tempo transformaram-no de atividade experimental num programa consolidado, com o consequente aumento dos recursos atribuídos.

3. Conclusões

A transformação da Vinnova deveu-se, em grande medida, à introdução deste programa. O modelo interdisciplinar, transversal e orientado para os desafios, introduzido pelo programa, resultou em novos métodos de trabalho em toda a agência. Foi abraçada por toda a organização uma perspetiva de desafio. A tipologia das entidades financiadas pela Vinnova alargou-se, passando de ser principalmente da indústria e da investigação para incluir cada vez mais outros atores, como o setor público e organizações da sociedade civil. Além disso, verificou-se uma deslocação de um foco implícito na inovação técnica para um conceito de inovação muito mais vasto.

Classificação

Etiquetas

Temáticas

Conteúdos relacionados

Apresentação pública do Dossier “Investigação e inovação em Portugal e Espanha"

Quais são os fatores decisivos nos sistemas de investigação e inovação de um país? E as ligações entre a ciência e as empresas? Apresentamos o novo Dossier do Observatório Social da Fundação "la Caixa".

Entrevista

«Não se pode ligar e desligar a investigação como se não fosse nada; é necessário um investimento a longo prazo»

Andrew W. Wyckoff, atual Diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação na OCDE, analisa os principais desafios colocados pela transformação digital no âmbito económico, social e educativo.

Infodata

Cientistas e engenheiros segundo o sexo

Portugal, juntamente com a Dinamarca, é uma exceção na UE-27 e tem uma percentagem de mulheres cientistas e engenheiras ligeiramente acima da média europeia.

Infodata

Doutorados segundo diferentes ramos do conhecimento e sexo

Enquanto a participação de mulheres doutoradas em Portugal está acima da média da UE-27 em todos os ramos do conhecimento considerados, em Espanha, a participação de mulheres doutoradas está abaixo da média europeia nos ramos das artes, humanidades e ciências sociais.

Infodata

Empresas inovadoras e cooperação empresarial em atividades de I&D

Em Portugal e Espanha, a proporção de empresas inovadoras, bem como o grau de colaboração com outras empresas e organizações, é inferior à média da UE-27.

Também pode ser do seu interesse

Apresentação pública do Dossier “Investigação e inovação em Portugal e Espanha"

Apresentação pública do Dossier “Investigação e inovação em Portugal e Espanha"


Ciência

Quais são os fatores decisivos nos sistemas de investigação e inovação de um país? E as ligações entre a ciência e as empresas? Apresentamos o novo Dossier do Observatório Social da Fundação "la Caixa".

«Não se pode ligar e desligar a investigação  como se não fosse nada; é necessário  um investimento a longo prazo»

Entrevista

«Não se pode ligar e desligar a investigação como se não fosse nada; é necessário um investimento a longo prazo»


Ciência

Andrew W. Wyckoff, atual Diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação na OCDE, analisa os principais desafios colocados pela transformação digital no âmbito económico, social e educativo.

Investigação e Inovação em Portugal e Espanha

Dossier

Investigação e Inovação em Portugal e Espanha


Ciência

Quais são os fatores que definem o sistema de investigação e inovação de um país? O primeiro Dossier do Observatório Social da Fundação "la Caixa" analisa o caso de Portugal e Espanha em comparação internacional.