Artigo
O impacto assimétrico da crise da covid-19 no mercado de trabalho europeu
-
1O impacto da crise da covid-19 no mercado de trabalho é mais notável em certos países mediterrânicos que apresentam uma maior proporção de empregos nos setores cuja atividade tem sido mais negativamente afetada pelas medidas de confinamento (serviços de hotelaria e restaurantes, setor do lazer e cuidados pessoais).
-
2A crise tem ampliado em grande escala a prática do teletrabalho a praticamente todos os empregos e setores que o permitem. Infelizmente, alguns dos países mais afetados pela crise (incluindo Espanha e Itália) tinham, antes da crise, uma prevalência comparativamente baixa do teletrabalho.
-
3O impacto da crise parece ter-se concentrado em alguns dos grupos mais vulneráveis no mercado de trabalho: trabalhadores com salários baixos e empregos precários, bem como mulheres e jovens trabalhadores.

A Espanha e a Itália estão entre os países mais afetados pela crise da covid-19. Isto porque ambos os países têm uma maior proporção de empregos em setores que foram forçados a fechar a sua atividade devido às medidas de confinamento: atividades de lazer e bem-estar, turismo, cuidados pessoais, etc. Estes setores representam até 14,2% do emprego total em Espanha, em comparação com uma média de 9,88% na União Europeia e no Reino Unido. Em contraste, os Estados-membros do centro e do norte da UE têm uma maior proporção de setores que permanecem ativos apesar da crise, porque são essenciais ou permitem o teletrabalho, pelo que o impacto do confinamento no emprego é menor.