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Estão a desaparecer os empregos de nível médio? O mito da polarização do trabalho na Europa
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1No conjunto dos países europeus considerados, o emprego nas profissões da mais alta qualidade cresceu cerca de 10 pontos percentuais desde o início dos anos 90, quando representava quase 20% do emprego total, até 2015, quando atingiu os 30%.
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2A mudança no emprego em Espanha tem sido ainda mais espetacular. Em apenas 25 anos, o emprego nas profissões de maior qualidade quase duplicou, crescendo 15 pontos percentuais quando são levados em conta os salários, o nível de formação e o prestígio.
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3A investigação analisa a mudança na composição do emprego na Alemanha, Espanha, Suécia e Reino Unido, que exemplificam diferentes modelos de Estado de Bem-estar Social na Europa e agrupam a metade da população do continente.

Em apenas 25 anos, o emprego nas profissões de maior qualidade em Espanha praticamente dobrou, crescendo 15 pontos percentuais, quando são levados em conta os salários, o nível de formação ou o prestígio. Contudo, embora o padrão se repita (os empregos bons e médios crescem mais e os maus reduzem-se), a referida mudança é menos pronunciada quando o nível de satisfação profissional é analisado individualmente. Isto é compreensível considerando que Espanha é um dos países europeus com os mais baixos níveis de satisfação profissional, mesmo entre os trabalhadores que ocupam empregos bem remunerados ou com elevado prestígio profissional.
Um “bom emprego” está frequentemente associado a um emprego “bem pago”. No entanto, a qualidade do emprego é um fenómeno multidimensional que dificilmente pode ser reduzida só aos salários. Por isso, pretendemos fazer aqui uma abordagem mais ampla com quatro indicadores de qualidade do trabalho:
- O rendimento médio do emprego.
- O nível de formação.
- O prestígio profissional.
- A satisfação profissional dos trabalhadores.